Estratégias para lidar com a seletividade alimentar em todas as idades

Estratégias para lidar com a seletividade alimentar em todas as idades

A paciência, a introdução gradual dos alimentos e a variedade são peças importantes para lidar com a seletividade 

A seletividade alimentar pode ser definida como a recusa ou o desinteresse por alguns alimentos. Em certo nível, é normal ter comidas preferidas e aquelas das quais não gostamos muito, mas o quadro se torna preocupante quando o número de alimentos recusados é muito grande, causando impactos no dia a dia. 

Notar o surgimento da seletividade nem sempre é fácil. Esse comportamento pode começar de forma gradual, com a recusa de um prato de comida na janta que é trocado por um pão de queijo ou com a apatia por algumas refeições. É importante ter em mente que o quadro não acontece apenas na infância, podendo surgir e se estender por toda a vida. O importante é entender que é possível lidar com essa situação. Saiba como a seguir.

Tudo começa na introdução alimentar

Os alimentos fazem parte da nossa vida desde o nascimento. Nos primeiros 6 meses, os bebês consomem apenas leite materno ou fórmulas. Depois desse período, é possível começar a oferecer alimentos sólidos, semissólidos ou líquidos. A esse processo dá-se o nome de introdução alimentar. 

Quando se tem uma boa base de alimentação na infância, fica mais fácil identificar e tratar episódios de seletividade alimentar, fazendo com que o problema não cresça e dure até a vida adulta. É importante saber também que alguns transtornos psicológicos podem ter ligação direta com a seletividade, fazendo com que a questão precise ser tratada de forma multidisciplinar. 

A exposição gradual pode ser feita em qualquer fase da vida

Debates amplos sobre a introdução alimentar se popularizaram nos últimos anos, por isso é comum que muitas gerações não tenham passado por esse processo durante a infância. Felizmente, não existe uma “idade limite” para que a exposição gradual aos alimentos seja feita. 

A dica para quem apresenta seletividade alimentar é começar aos poucos. Fazer uma lista dos alimentos que não fazem parte do seu dia a dia ou que nunca foram provados pode ser um passo inicial. A partir disso, é possível organizar algumas refeições na semana onde eles serão preparados, fazendo a adaptação aos poucos de maneira mais confortável.  

Atividades culinárias incentivam a experimentação

Falar de alimentação não é falar somente sobre nutrição. É preciso colocar na balança os aspectos sociais e afetivos que fazem parte do universo da culinária e desempenham um papel importante na hora de escolher quais alimentos serão consumidos e como eles serão preparados. Quem nunca comeu algo que nem gostava tanto porque estava entre amigos ou foi feito por uma pessoa especial?

Considerar esses pontos pode tornar a exposição aos alimentos mais leve. Portanto, a dica é começar a participar de atividades culinárias que transformem as refeições em um momento que vai além do prato. Você pode combinar de jantar em um restaurante diferente com amigos ou pedir para que a sua mãe te ensine algumas receitas diferentes, por exemplo. 

Criar um ambiente alimentar positivo é essencial

Assim como memórias afetivas e momentos de sociabilidade podem trazer um tom positivo para a alimentação, dietas restritivas e ambientes alimentares pouco positivos podem ter o efeito reverso, agravando a seletividade alimentar. Portanto, é importante lembrar que a comida não se restringe ao prato. 

A dica para manter uma relação positiva com a alimentação pode incluir diferentes aspectos. Evitar dietas restritivas, diminuir o consumo de conteúdos sobre alimentação que envolvem o “terrorismo nutricional” e se manter próximo de pessoas que possuem uma visão positiva sobre os alimentos são algumas das estratégias. 

Paciência, variedade e comunicação são peças-chave

Mesmo colocando em prática todas as dicas mencionadas, o processo de lidar com a seletividade alimentar nem sempre é fácil. É preciso se lembrar que a relação com a comida é construída durante toda a vida e pode ter raízes profundas. 

Portanto, é preciso ter paciência durante o processo, apostar na variedade de alimentos e, acima de tudo, ter uma boa comunicação com as pessoas ao seu redor e consigo mesmo. Com dedicação, calma e foco, é possível vencer a seletividade alimentar.

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