Dinheiro digital: o que aprendemos em 2022?
Transações com dinheiro em espécie estão em forte queda no Brasil
O mercado de pagamentos digitais se transformou em realidade no Brasil a pouco tempo. Além do crescimento do desejo de investidores brasileiros em criptomoedas, o uso do dinheiro digital mostra que essa é uma tendência para o Brasil nos próximos anos.
Hoje em dia, já podemos ver uma queda acentuada das transações com dinheiro em espécie. Isso foi muito aprofundado após o lançamento do Pix e das carteiras digitais e deve se consolidar com o lançamento do real digital em 2024. Portanto, o investimento em moeda digital é uma realidade para os próximos anos.
Evolução do dinheiro digital
Depois do sucesso do Pix, que movimentou mais de R$ 10,9 trilhões em 2022, o Banco Central anunciou o lançamento do Real Digital, a versão digital da moeda brasileira. A instituição deve lançar a versão virtual do real em 2024 e entra 2023 realizando vários testes de desenvolvimento do projeto.
Para se ter uma ideia do sucesso dos meios digitais, o Banco Central estima que o uso do Pix já é 25 vezes maior do que no mês em que foi lançado, em novembro de 2020.
O Banco Central também aponta que o uso de dinheiro físico caiu pela metade, entre 2018 e 2021, no Brasil. Com isso, apenas 3% do dinheiro disponível para opções no país são em cédula de papel, a maioria da movimentação financeira é realizada digitalmente.
Isso é algo visível no mercado brasileiro. O Pix acelerou a inclusão financeira de muitas pessoas desbancarizadas no país. Além disso, já é possível fazer pagamentos com Pix e carteiras digitais no varejo físico e no e-commerce nacional.
O lançamento do Real Digital apresenta-se como uma forte tendência de que o dinheiro em espécie suma nos próximos anos. Em 2023, a instituição deve lançar um piloto dessa moeda em bancos como Itaú e Santander.
Diferenças entre criptomoedas e o real digital
Quando falamos em Real Digital, muitos podem pensar que a versão virtual do real é a criptomoeda do estado brasileiro, certo? Errado! Há algumas diferenças cruciais entre as criptomoedas e o real digital.
As criptomoedas são moedas digitais privadas, de modelo descentralizado e sem regulação governamental. Já o Real Digital é uma versão digital da moeda brasileira, que terá regulamentação do Banco Central e funcionará, de fato, como uma versão digital das notas físicas que temos hoje no mercado.
Dessa maneira, o Real Digital se encaixa como uma CBDC (Central Bank Digital Currency, que pode ser traduzido para o português como “moeda digital emitida por um Banco Central”) e não como uma criptomoeda.
NFT além do JPEG
Os NFTs (tokens não-fungíveis) estão muito atrelados a imagens, obras de artes e memes populares, mas a tendência é que o modelo de tokenização vá muito além do JPEG.
Investidores estão entendendo que o NFT pode ser uma solução para a monetização de diversos mercados, como entretenimento e esportes. Possivelmente teremos programas de fidelidade com tokens e compraremos ingressos tokenizados daqui há algum tempo.
A Elo, uma das principais empresas de pagamentos no Brasil, já vem utilizando o NFT em seu ecossistema. A empresa lançou o NFTickit, ticketeria de tokens e vem realizando testes internos. Provavelmente este e outros projetos devem chegar logo ao mercado.
Revolução verde: o mercado de créditos de carbono
Um relatório da Climate Bond mostra que os títulos verdes representam 84% do mercado de papéis da dívida sustentável no país, acumulando mais de 9 bilhões de dólares.
O Brasil é um dos mercados mais promissores no mundo em iniciativas voltadas à compensação do carbono. Em parceria com a climate tech MOSS, a Elo comprou 1.608 tokens de crédito de carbono, o que colabora com um mundo mais sustentável.
Cada token é um crédito de carbono que representa uma tonelada de CO₂ (dióxido de carbono) não emitida no ar que respiramos.
O crescimento de iniciativas de pagamentos e sustentabilidade digital já deixou de ser uma tendência, sendo cada vez mais realidade no Brasil. É preciso estar por dentro de todas as novidades para acompanhar os novos modelos de pagamentos que chegam ao país.